quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Estou chocada...

...e por isso, este post nem foto leva.
Nem sei bem por onde começar. Talvez pelo principio seja uma boa opção.
Ontem recebi um daqueles mails do género "se-tens-alguma-coisa-no-peito-além-da-pedra-a-que-normalmente-chamas-de-coração-reenvia-isto-a-todos-os-teus-contactos", a divulgar os contactos e foto de um pedófilo a circular em Carcavelos. Aposto que todos vocês já leram a notícia ou receberam o mesmo mail, por isso, não vou relatar a história toda. O que eu quero dizer, e isso sim, preciso mesmo, correndo o risco de, não o fazendo, prolongar esta náusea que não me abandona desde ontem, é que eu conheço o filho da puta. Ou melhor, conheci no ano passado, numa viagem de grupo a Taizé, em que o anormal fez parte do meu grupo de trabalho. Ou seja, lavou louça durante 2 horas por dia ao meu lado. E na altura pareceu-me normalíssimo, como afinal todos parecem, e não, não são frases feitas nem pelos media nem por psicólogos. Ele pareceu-me normal! Um bocado banana, um bocado atinadinho, um bocado calado, mas com sorriso sempre pronto para oferecer, características que assumi serem fruto de alguma timidez. Não levantou a voz nem para fazer uma piada sobre os estúpidos dos Malteses que estavam a toda a hora e instante a gozar connosco, Portugueses, e nem precisávamos de perceber aquela língua estranhíssima para perceber. Mas riu-se das minhas tiradas e riu-se deles também. No fim, retirava o chocolate que a responsável pelas cozinhas nos oferecia e com um até amanhã à mesma hora, nos despedíamos. Ao contrário de mim, nunca faltou às responsabilidades. Eu pelo contrário faltei dois dias para ir passear. Mas também não teceu nenhum comentário acerca disso. Acabada a viagem, trocámos e-mails (mais por simpatia, confesso), mas nunca lhe enviei sequer um FWD. Nem ele a mim. Nem MSN nem nada, como acabei por fazer com outras pessoas que conheci lá. E agora o banana do João, que muitas vezes me apeteceu abanar para ver se reagia é um pedófilo? Condenado (a dois anos e meio de pena suspensa.... como é que é possível??)? Sim, disse-me que era de Carcavelos. Sim, também me disse que andava a estudar para professor primário. E sim, os crimes remontam a 2004/2005. E sim, ir a Taizé, além da viagem que é, das pessoas que conheces, das paisagens com que lavas a vista, ir a Taizé é também procurar ajuda espiritual, ou apoio, ou luz, ou aconselhamento, ou nada disso, mas outra coisa qualquer. Ora, no ano que o conheci (Março de 2008) este grande filho da puta já tinha abusado de 10 crianças, que se saiba, fora as que não se sabe. Bem precisava ele de se por a milhas daqui e enfiar-se numa igreja para ver se encontra consolo na monstruosidade que fez. Não sei mais o que dizer.... dá-me a volta ao estômago só de pensar que até tive pena dele, da sua timidez, e tentei pô-lo mais à vontade. Nunca pensei que ele, que me pareceu um banana, me fosse surpreender por ter feito uma grande coisa. Muito menos uma coisa hedionda a este ponto.
Enfim...

3 comentários:

  1. Que NOJO!!!
    A sério, como é que possível esses gajos andarem em liberdade com provas dos crimes que cometeram?!!!
    Que NOJO!!!
    Qual doença, qual quê, deviam ser todos castrados!!!

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  2. Laura, tb já estive em Taizé e conheço o João há 10 anos... acompanhei todo este processo e n é nada como escreveste. Como sabes, esses mails k correm na net a maior parte das vezes n são verdadeiros. Tenho pena k as pessoas acreditem sem conhecerem. Nós cristãos n podemos compactuar com falsos testemunhos e injustiças.
    Ana

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  3. Ana,

    sabes, geralmente eu nem ligo muito a este tipo de e.mails. Nem envio para ninguém. E então quando são daquelas crianças que precisam de dadores há 59 anos, ainda antes de haver internet, muito menos.
    Entendo o teu lado, e acredita que me custou muito acreditar. Antes de fazer este post, fui à net, procurei fontes fidedignas (dois jornais, inclusivamente), outros blogs que falavam do mesmo, e até que o meu namorado me disse que trabalhava com uma pessoa que conhecia uma das mães e que afiançava que era verdade. Por isso é que demorei algumas horas a escrever. Porque o conheci. Porque não me pareceu possível. Porque não quis acreditar. Ainda hoje, podes ter a certeza, que pensar nisso me causa repulsa, tanto pela acusação em si, como por quem é acusado.
    Só queria que soubesses que o mais fácil é acreditar logo e mandar postas de pescada. eu não fiz isso. duvidei sempre. mas tudo indica que sim.

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