...e por isso, este post nem foto leva.
Nem sei bem por onde começar. Talvez pelo principio seja uma boa opção.
Ontem recebi um daqueles mails do género "se-tens-alguma-coisa-no-peito-além-da-pedra-a-que-normalmente-chamas-de-coração-reenvia-isto-a-todos-os-teus-contactos", a divulgar os contactos e foto de um pedófilo a circular em Carcavelos. Aposto que todos vocês já leram a notícia ou receberam o mesmo mail, por isso, não vou relatar a história toda. O que eu quero dizer, e isso sim, preciso mesmo, correndo o risco de, não o fazendo, prolongar esta náusea que não me abandona desde ontem, é que eu conheço o filho da puta. Ou melhor, conheci no ano passado, numa viagem de grupo a Taizé, em que o anormal fez parte do meu grupo de trabalho. Ou seja, lavou louça durante 2 horas por dia ao meu lado. E na altura pareceu-me normalíssimo, como afinal todos parecem, e não, não são frases feitas nem pelos media nem por psicólogos. Ele pareceu-me normal! Um bocado banana, um bocado atinadinho, um bocado calado, mas com sorriso sempre pronto para oferecer, características que assumi serem fruto de alguma timidez. Não levantou a voz nem para fazer uma piada sobre os estúpidos dos Malteses que estavam a toda a hora e instante a gozar connosco, Portugueses, e nem precisávamos de perceber aquela língua estranhíssima para perceber. Mas riu-se das minhas tiradas e riu-se deles também. No fim, retirava o chocolate que a responsável pelas cozinhas nos oferecia e com um até amanhã à mesma hora, nos despedíamos. Ao contrário de mim, nunca faltou às responsabilidades. Eu pelo contrário faltei dois dias para ir passear. Mas também não teceu nenhum comentário acerca disso. Acabada a viagem, trocámos e-mails (mais por simpatia, confesso), mas nunca lhe enviei sequer um FWD. Nem ele a mim. Nem MSN nem nada, como acabei por fazer com outras pessoas que conheci lá. E agora o banana do João, que muitas vezes me apeteceu abanar para ver se reagia é um pedófilo? Condenado (a dois anos e meio de pena suspensa.... como é que é possível??)? Sim, disse-me que era de Carcavelos. Sim, também me disse que andava a estudar para professor primário. E sim, os crimes remontam a 2004/2005. E sim, ir a Taizé, além da viagem que é, das pessoas que conheces, das paisagens com que lavas a vista, ir a Taizé é também procurar ajuda espiritual, ou apoio, ou luz, ou aconselhamento, ou nada disso, mas outra coisa qualquer. Ora, no ano que o conheci (Março de 2008) este grande filho da puta já tinha abusado de 10 crianças, que se saiba, fora as que não se sabe. Bem precisava ele de se por a milhas daqui e enfiar-se numa igreja para ver se encontra consolo na monstruosidade que fez. Não sei mais o que dizer.... dá-me a volta ao estômago só de pensar que até tive pena dele, da sua timidez, e tentei pô-lo mais à vontade. Nunca pensei que ele, que me pareceu um banana, me fosse surpreender por ter feito uma grande coisa. Muito menos uma coisa hedionda a este ponto.
Enfim...
Sentar com o outro à mesa
Há 1 hora
Que NOJO!!!
ResponderEliminarA sério, como é que possível esses gajos andarem em liberdade com provas dos crimes que cometeram?!!!
Que NOJO!!!
Qual doença, qual quê, deviam ser todos castrados!!!
Laura, tb já estive em Taizé e conheço o João há 10 anos... acompanhei todo este processo e n é nada como escreveste. Como sabes, esses mails k correm na net a maior parte das vezes n são verdadeiros. Tenho pena k as pessoas acreditem sem conhecerem. Nós cristãos n podemos compactuar com falsos testemunhos e injustiças.
ResponderEliminarAna
Ana,
ResponderEliminarsabes, geralmente eu nem ligo muito a este tipo de e.mails. Nem envio para ninguém. E então quando são daquelas crianças que precisam de dadores há 59 anos, ainda antes de haver internet, muito menos.
Entendo o teu lado, e acredita que me custou muito acreditar. Antes de fazer este post, fui à net, procurei fontes fidedignas (dois jornais, inclusivamente), outros blogs que falavam do mesmo, e até que o meu namorado me disse que trabalhava com uma pessoa que conhecia uma das mães e que afiançava que era verdade. Por isso é que demorei algumas horas a escrever. Porque o conheci. Porque não me pareceu possível. Porque não quis acreditar. Ainda hoje, podes ter a certeza, que pensar nisso me causa repulsa, tanto pela acusação em si, como por quem é acusado.
Só queria que soubesses que o mais fácil é acreditar logo e mandar postas de pescada. eu não fiz isso. duvidei sempre. mas tudo indica que sim.