segunda-feira, 30 de março de 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

[#2 - Lembra-me]

Sou daquelas pessoas...

...que gosta dos pormenores. Das coisas pequenas que ninguém vê. De um embrulho com fita de cetim, por exemplo. De um bilhete escondido na agenda num dia ao calhas. Gosto particularmente dos cheiros e de dar um cheiro aos sentimentos. Gosto de fazer surpresas. Gosto que mas façam, mas nunca conseguem. Gosto de pormenores.
Faltam 4 dias para o meu aniversário. É uma segunda-feira, logo, aí está um pormenor de que não gosto nada. Às segundas, toda a gente ressaca do Domingo, que foi passado a ressacar do Sábado. E no dia seguinte, toda a gente trabalha, por isso, não vai haver jantar para ninguém. No dia 30 não vou receber presentes-surpresa, de que gosto tanto, mesmo que seja um só chocolate. Tenho um fondue vermelho, na mesa, por montar, um vestido vermelho, no cabide, por estrear, umas Melissa do meu irmão que fez questão de se descair, e o pinky pink por onde vos escrevo há quase uma semana. Não vou ter bolinho nem velas para apagar. Nem vou ter os amigos e os pais à minha volta para me apaparicar.
É feio reclamar de barriga cheia, não é? Mas eu só queria uma surpresa. Um embrulho para rasgar. Um sorriso em forma de olhos brilhantes. Um abraço apertadinho. Pois... Mas pelos vistos, não vou ter.
...E estou triste.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Ainda em relação ao Cilinho Baptista...

...que conste que, embora eu tenha manifestado um desejo singular e... vá... forte, que o senhor em questão sofresse um assalto pelas traseiras, não uma, mas duas vezes, devido à pouca vergonha do já gasto assunto do erro de arbitragem que levou a que o meu Sportem ficasse a ver navios, repudio manifestamente esses animais que resolveram enviar via e-mail (vivam as tecnologias!) o desejo profundo de o ver num caixão num futuro próximo. E mais acrescento que andar para a frente é que é, e que o universo tem muita força. Para ser sincera, ainda não perdi a esperança de o ver a arbitrar um jogo qualquer com um andar estranho. Isso sim, dar-me-ia o sentido de justiça.

terça-feira, 24 de março de 2009

Desta tarde...


Há coisas que me fazem sorrir. Não por serem necessariamente cómicas, ou enternecedoras, ou comoventes, ou outra coisa qualquer. Há coisas que me fazem sorrir só porque sim. Porque me batem à porta do lado esquerdo do peito.
Caía a noite. Nas ruas de Lisboa, vultos acotovelavam-se, numa corrida para ver quem chega primeiro a casa. E eu passeio no passeio, com passos de bailarina, porque não tenho pressa. Vou passando os olhos nas nuvens que hoje parecem-me ainda mais bonitas. Despeço-me do sol, que me acena atrás delas. E sonho um dia poder tocar no céu, onde elas vivem.
De repente, fixo o olhar num ponto elevado, para onde já ninguém olha, porque não passa de uma dor de cabeça. O Tejo precisa de obras. Não pode esperar mais, parece. E as pessoas desesperam. Olho para os homens que ainda trabalham, ainda que tenham pressa de chegar a casa. Que trabalham onde ninguém quer, mas ainda assim, trabalham, porque o Tejo não pode esperar. Olho para eles e sorrio. Só porque sim. Porque me bateram à porta do lado esquerdo do peito.

Hoje invejei estes homens. Gostava de um dia poder tocar no céu. Assim.

segunda-feira, 23 de março de 2009

[#1 - Lembra-me]


Recadinho ao Sr. Lucílio e a todos os Lampiões que se riem neste momento...

...ide todos levar no real traseiro, sim?

Estou para ver o que é que os quatro totós da Tertúlia Benfiquista (Corto Maltese, desculpa aí qualquer coisinha, que eu até vou à bola contigo) vão dizer na Benfas TV. "Ah e tal, é para compensar as vezes que fomos roubados!". Até já lhes consigo adivinhar o pensamento, ou não fossem tão previsíveis, os doentes. E eu digo-vos, meus alarves queridos, que quando são roubados dói, não dói? Mas devia doer igual levar uma taça roubada e ainda ter a lata de festejar.
Se quiserem subir na minha consideração, mudem de argumento, sim?
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Em relação ao pedido de desculpas do Cilinho, vai levar no cu duas vezes, com esse pedido!

Ai, o Mourinho...

Hoje seria um bom dia...


...para estar com o meu amor. Não está sol, mas não se trabalha, por isso, é como ter mil sóis a brilhar só para mim. Para melhorar a coisa, o meu amor também estaria de folga se... se não fosse pelo sacana do Mourinho e o seu Doutoramento Honoris Causa. Agora lá está ele (agora que é como quem diz, desde as 7h30), a sufocar de calor e a respirar o ar expelido por 150 jornalistas do mundo inteiro. E eu sozinha com a gata, que para variar, está com o cio outra vez. Merda para o Mourinho. Ao menos que eu estivesse lá também para (com)provar o estilo charmant do Special One. E agora que penso nisso, quero lá saber do calor, e dos 150 jornalistas, e dos mil sóis que brilham para mim, porque hoje não se trabalha. Já devia era lá estar. Nem que fosse para dar aguinha ao Zé Mário.

domingo, 22 de março de 2009

E eis que...


...hoje ainda é 22, faltam 8 dias para a efeméride, e este menino já cá canta! Obrigada, pai!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Google Analytics

Desde que aderi a esta coisa, e embora ainda esteja a tentar perceber bem como é que a tal coisa funciona, tenho divertido a carcaça com algumas das proveniências das minhas queridas visitas. Mas nunca, nunca antes me tinha aparecido alguém que aqui chegasse com a simples frase: "simpatias para homem demora agozar ".
Eu não sou bruxa, por isso, não sei nenhuma simpatia que faça "homem gozar". Sei outras coisas, que não envolvem simpatias, mas que até serão simpáticas se o intuito for fazer o "homem gozar"(coisa que ficará para outro post). Além disso, acho que tão pouco alguma vez referi algo semelhante a que fosse possível alguém do outro lado do mundo vir cá dar assim.
Mas como eu sou "simpática" e não quero que vos falte nada, se querem ver o vosso "homem gozar", podem simplesmente aplicar uma máscara caseira à base de abacate, mel e gema de ovo, na cara, e esperar pelo gozo, que em princípio não vai demorar. Isto se o homem não morrer de susto antes, mas vocês lá sabem o que têm em casa.

Dica Doméstica

Lavar uma panela, um prato, ou qualquer recipiente de cozinha que ficou esquecido por um mês ou mais, num sítio que vocês nunca se lembrariam de visitar, a menos que o cheiro incomodasse ao ponto de não conseguirem conviver, é terrível. Se vocês são daqueles que pegam no recipente e sem cerimónia nenhuma, mandam-no para o lixo, esta dica veio mesmo a calhar. Porque os tempos são de crise, e como a crise se instalou desde que D. João II morreu e não deixou sucessor à altura, temos de poupar. E a vossa amiguinha descobriu a solução ontem e não quis deixar de partilhá-la convosco.
Ora bem, para lavar esse nojo, preparem-se para apertar o nariz com uma mola. Pode doer um bocadinho no início, mas é daquelas coisas que tem mesmo de ser (como ir à depilação: doi, mas é por um valor mais alto (a)levantado, por isso vale a pena). Depois, juntam uma boa dose de raiva (por variadíssimos motivos, e cada um encontrará o seu - no meu caso, foi uma discussão com o homem cá de casa, que me tira do sério de vez em quando) e toca a puxar o lustro à coisa. Em menos de nada, o recipiente está limpo e a brilhar, de tal forma que conseguirão ver que a vossa face cheia de linhas de irritação, acabou por diluir-se na água e ficarão tão satisfeitos com o resultado que quase (atenção que eu disse quase) esquecerão o motivo pelo qual vos fez lavar aquela merda como se não houvesse amanhã.
Se forem do género limpinho, que não deixa nem um garfo do jantar para lavar ao pequeno almoço, na melhor das hipóteses, e ao jantar do dia seguinte, na pior, também tenho a solução: É deixar um recepiente sujo escondido do vosso campo de visão e de odor (sugiro a gaveta que alguns fogões têm), para momentos em que é amplamente necessário que, ao invés de destilarem raiva nos bibelots, ou no gato, serão canalizados para a panela nojenta.
No entanto, se vós fordes daquele tipo de paz de alma que não se azucrina com nada, só tenho uma coisa a dizer: bilhete directo, e sem escala, para o céu. Como eu sei que, das duas, uma, ou vou arder no inferno, pelo meu feitio tempestuoso (ou não fosse eu Carneiro), ou passarei largos tempos no purgatório, sendo motivo para diversas reuniões entre aqueles de direito, para decidir se a minha alma terá ou não salvação, tenho a certeza de que esta solução é óptima para mim.
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NB - O pomo da discórdia foi precisamente a louça que havia por lavar, coisa instituída e votada democraticamente, assente na Constituição Doméstica do Lar, em que o deputado Male faltou com os deveres (um dos poucos, no que toca à labuta da casa) para os quais foi investido e declarado, tendo o deputado Female ficado com trabalho a dobrar, comme il faut. A gata, representante do povo, sem direito a voto, senão nas eleições, resolveu manifestar-se à sua maneira, e esta noite dormiu, apenas e só, aos pés do deputado Female, e nem deu o beijinho de boa noite ao deputado Male. Está bem educada, está pois... É mulher e está tudo dito!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ontem tive vergonha de dizer que sou do Sporting. Engraçado, engraçado é que hoje continuo a ter vergonha.

terça-feira, 10 de março de 2009

Adeus!


A sério. Preciso de um computador novo. Este aqui está tão velhinho, tão velhinho que os movimentos tornam-se, a cada dia que passa, mais lentos. De vez em quando, apaga-se. Desliga. Puff! Assim, do nada. Além disso, o meu computador não é fininho como os que agora se vêem por aí. É mais para o grosso. Metabolismo lento, eu diria. Problemas de idade.
No entanto, tenho um carinho especial por ele. Por cada botão, por cada tecla, pela cor, já meia deslavada. Tenho um carinho especial por ainda ser XP, e não Vista, que é uma coisa que, de tão seca, só me apetece esganar (sempre a perguntar se eu tenho mesmo a certeza que quero fazer o que pedi). Tenho um carinho especial por me ter acompanhado tantas vezes à faculdade, por ter viajado tantas vezes comigo de avião, ainda no tempo em que não pediam para abrir a mala para confirmar se é, de facto, um computador que transportamos numa mala de computador. Por guardar tanta foto, tanta música, tanta merda que eu nem sei para que é que guardo, mas está lá, enfim...
Mas é um facto, está velhinho e começa com os achaques. Há uns dias reparei que anda a gaguejar o E. E chateia escrever palavras amputadas de E. E chateia mais ainda só reparar nisso depois, e ter que andar a emendar tudo. E por incrível que pareça, deixa-me ainda mais chateada perceber que a nossa Língua está cravejada de E's, e agora que penso nisso, até o meu nome completo tem dois. Mas o do meu irmão tem quatro.
Tenho um computador velhinho, gasto pelo tempo, gasto de E e gasto de cansaço. Tenho para mim que a próxima letra a pedir clemência será o A. E, meus amigos, teclado cansado de E e de A não pode ser.
Preciso de outro. Urgentemente.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Serei só eu?

Antes de relatar pormenorizadamente a semana que passou, pelas minhas bandas, alguma alminha caridosa explicar-me-ia porque raio os jogadores da bola têm a... vá!, a tendência de falar na 3ª pessoa do Singular, quando se referem aos próprios?
Ó Miguelinho, eu que até gosto de ti (mais por obrigação clubística), que até tens uma fronha engraçada, embora denote aí um ou outro traço feminino, e porque entendo perfeitamente que faltar aos treinos para ir ao cabeleireiro pintar as raízes, é um motivo mais que justo, tenho uma perguntinha para t fazr: porque é que agora te deu para falar à Jardel? Eu que estava de costas para a TV, pensei cá com os meus botões: olha, o empresário do Miguel Veloso tem a voz igualzinha à dele, e depois vi que não, que eras tu...
Não fica bonito, Miguelinho. Acredita na minha pessoa, que a Laura é que sabe.

O relato fica para depois, sim?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Coisas do Arco da Velha

Hoje é Domingo. Não é, mas é como se fosse. Tirei o dia para limpar e arrumar a casa como deve ser, por isso bafejar o dia soalheiro só pela janela quando estender a roupa. No entanto, saí de casa há bocado para comprar tabaco. Estou a reduzir (cigarrinho só depois das refeições, sendo que em muitos dias nem isso) mas apetecia-me fumar e não havia nada em casa. Indumentária: vestido cinzento, collants e as Melissa novas que afinal não foi nenhuma das que pedi, mas são giríssimas e - maravilha - servem-me! Maquilhagem, nem vê-la, só um brilhozinho nos lábios para compor. Afinal, ia só até ao café da esquina, onde bebo a bica diariamente desde há 4 anos, quando me mudei para cá, e onde já comprei maços de tabaco suficientes que em Euros dava para ir até Nova Iorque e ficar instalada no Hilton durante uma semana.
Peço o que tenho a pedir e do outro lado do balcão, a velhota responde-me:
- Tu tens 18 anos?
Toda eu corei. Se tenho 18 anos? Tenho 24, quase, quase nos 25. Noutras alturas, talvez daqui a 20 anos, se me tirarem 10 fico feliz, mas não quando quero comprar tabaco e não tenho o BI comigo, já que saí de casa SÓ para comprar tabaco.
- Nasci em '84, minha senhora, já tenho 18 anos, pelas minhas contas, há quase 7.
- Não me parece que tenhas 18 anos, e não te posso vender tabaco.
Fosga-se, já passei pela Universidade, já saí, já trabalhei numa data de sítios, vivo sozinha há 7 anos, fumo desde os 18 (curioso, no mínimo), já joguei em Casinos só pela piada, mas não achei piada nenhuma em si, e agora este dinossauro não me quer vender tabaco porque duvida da minha idade cronológica?? Ainda se fosse pela mental, aí tenho de reconhecer, muitas vezes pareço uma miúda de 5 anos, e outras vezes uma velha da idade dela, mas não, segundo o Registo Civil, tenho 24 anos, a completar 25 no fim deste mês, por isso, dê-me lá o tabaco e não se fala mais disso.
- Oh (i)Ana, anda cá! Esta menina não tem 18 anos pois não?
- as velhas do café todas a olhar para mim, como se eu fosse uma criminosa e a qualquer momento pudesse barricar-me lá dentro, usando as suas carcaças como reféns e moeda de troca (por tabaco) -
- Não parece ter, não senhora...
- Está bem, vou comprar a outro sítio...
- Vá, vá, diz lá qual é o tabaco...
O tom condescendente foi fofinho (afinal sempre era para vender alguma coisa). O tratar por tu, foi nota máxima como quem diz: "Não acredito em ti, tens 15 anos, queres engrominar aqui a velhota, e ainda por cima com uma merda que faz tão mal e que vai acabar por te matar", mas eu só queria o tabaco.
No fundo, deveria ter interpretado isto como sendo um sinal. Não é suposto eu estar a deixar? Devia ter ido para casa. Mas não... Assim que chego à rua, acendo um cigarro e nunca uma merda daquelas me soube tão bem...